Estamos de volta com a programação anormal deste blog que vos fala, agora repaginadas depois desse período de escassez. Prometemos novos posts ultra-legais já que durante meu processo de elaboração do TCC e da viagem da Fabi pela América Latina coletamos MUITO material legal pra compartilhar por aqui, então segura que vai ter cada vez mais coisa bacana. ESTAMOS DE VOLTA COM TUDO, GALERA!
E a primeira coisa legal é que já falamos diversas vezes aqui, aqui, aqui e aqui no blog sobre um tal de Golden Circle e hoje o post é exatamente sobre isso: como descobrir o meu porquê. Você sabe dizer o que te faz levantar todos os dias da cama de manhã? Qual seu propósito na vida? Já se perguntou o que afinal de contas você realmente gostaria de fazer na vida se não tivesse que ganhar dinheiro pra sobreviver? E se der pra juntar as duas coisas? Fazer o que você sempre sonhou na vida AND ganhar dinheiro? Mas você sabe com clareza o que você quer na vida? Meu Deus, quantas perguntas, Ana. Você acordou hoje me deixando mais confusx do que explicando.
Calma, eu vou explicar tudinho. Começando do começo: se você ainda não sabe, eu tenho 31 anos, não nasci rica, continuo não sendo rica mas já consegui muito do que queria simplesmente porque naturalmente sempre tive muita clareza das coisas que eu queria nessa vida. Planejo e traço metas com facilidade, e, mais cedo ou mais tarde (até por isso o nome do blog, Ainda Que Tardia), as coisas que planejo pra mim acontecem. Isso é porque sou foda (dig din, dig din)? Não. Cada pessoa tem talentos (habilidades) naturais, planejar é a minha por pura sorte. Não é a de todo mundo, e justamente por ser a minha eu acho que posso ajudar outras pessoas a aprenderem a fazer isso.
E a primeira coisa que quem quer planejar bem precisa saber é quem é e onde quer chegar. Ah, mas isso é fácil, você me dirá. E eu te respondo que isso é talvez uma das maiores dificuldades das pessoas e negócios. Poucos sabem com clareza seu propósito: sim, porque saber seu propósito é exatamente isso: o que te motiva vem de quem você é e o que pretende fazer nessa vida.
MAS ANA, MEU PROPÓSITO É FICAR RICO! Queridx, dinheiro é consequência. Não estou dizendo que você não pode ter metas financeiras nessa vida, mas um propósito verdadeiramente engajante, pra você, pras outras pessoas, não é sobre dinheiro. É sobre crença. É sobre o que você gosta de fazer, o que você se sente útil fazendo, o que você termina de fazer e sente que contribuiu para que algo nesse mundo ficasse melhor. Nas pequeninas coisas mesmo, desde uma casa bem limpa, uma roupa bem costurada, um trabalho de escola bem feito, uma foto bem tirada, uma planta bem cuidada, enfim, acho que você pegou a ideia, né? Pense nas coisas todas que você já fez, na escola, no trabalho, e quais delas ao terminar ou durante o processo você se sentiu melhor fazendo. Sentiu que estava aprendendo, melhorando, contribuindo, sendo melhor, ensinando, se sentindo parte, enfim. Não importa exatamente o nome que se dê para esse sentimento, mas é aquele que faz a gente se sentir bem e útil.
Como fazer o Golden Circle: vá anotando essas coisas em pequenos papéis ou post its. Esses papéis você vai colar, preferencialmente com algo que dê pra descolar e mover depois se você quiser (por isso os post its são mais úteis, mas não obrigatórios) na parte mais externa de um desenho de três círculos concêntricos conhecido como bullseye (olho de touro), ou alvo, esse aqui embaixo, que o Simon Sinek usou para sintetizar a ideia do Golden Circle:
Nessa parte do What, do “O que”, é que ficam as coisas que você faz e que gosta de fazer. Dessas coisas que você gosta de fazer que provavelmente vão surgir coisas que você pode fazer pra ganhar dinheiro. Você pode não enxergar tão claro agora, talvez pode não parecer tão palpável, mas deixa no final quando eu mostrar o meu preenchido que você vai entender.
Aí entra a segunda parte, do How, o “Como”. Esse círculo intermediário é o que diz a forma que você faz essas coisas que faz diferença pra você. Por exemplo: pode ter no what “ensinar”, e no do meio “juntar teoria e prática”. Isso é uma forma específica de ensinar, juntando teoria e prática, que faz diferença pra você, que você acredita que é importante. Faça isso pra cada uma das coisas que você colocou no What, pense na forma que você realiza essas coisas, como a forma interfere no resultado que você acredita. Essa forma é o que vai estar escrito nos papéis que estarão no círculo intermediário.
Agora vem o mais difícil, o centro, o porquê. Talvez você vai precisar de um tempo maturando essas ideias do “o que” e do “como” pra conseguir chegar finalmente no “porquê”. Talvez você precise fazer uma imersão na sua infância e perguntar pra si mesmo o que você queria ser quando crescesse. Se você faz terapia, discuta essa conversa de doido com seu terapeuta, ele pode talvez te ajudar a ter um insight. A Fabi tá às voltas com o dela ainda, já fez o what e o how e ainda não chegou no why. Porque é difícil mesmo, gente, ter clareza nesse aspecto é raro, como eu disse no início do texto. Eu nunca tinha escrito mas eu já tinha desconfiança que meu propósito era sobre aprendizado, como contei no primeiro texto desse blog, há mais de seis meses. Então o meu Golden Circle foi feito em menos de 24 horas e comecei do meio pra fora, mas eu sou exceção à regra, porque lembra, planejar é uma das minhas habilidades naturais. Mas uma hora, pimba, você vai ter maturado essa ideia o suficiente e ela vai chegar até você, e você vai conectar lé com cré e vai perceber direitinho porque odiou trabalhar naquele lugar, porque era o extremo oposto daquilo que era seu propósito que você vai ter acabado de descobrir.
O meu é “Aprender e provocar mudanças”. 🙂 Eu me permiti colocar outras coisas que amo fazer também, mesmo que eu não veja como ganhar dinheiro com elas hoje, mas acho importante que elas existam na minha vida mesmo que não seja pra ganhar dinheiro, mas simplesmente porque elas me fazem feliz. Um dos critérios que usei pra saber se algo entrava no What era: eu acordaria feliz num domingo às 6 da manhã pra fazer isso? Se a resposta era sim, entrava.
Trilha sonora do post: Campo de Batalha, Móveis Coloniais de Acaju.
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24 de novembro de 2014 at 09:34
Amém, NaPaula! Na verdade, acho que o Golden Circle é um REaprendendo a descobrir o que fazer para o resto da vida, já que os post its são realocáveis, assim como nossos “comos e o quês”. Já o “why” amica, acredito que não muda não, ou pelo menos, demora um tanto pra mudar.
24 de novembro de 2014 at 09:38
Isso aí, Lenise! Meu Golde Circle tá na parede ao lado da cama, acordo olhando pra ele e ele com certeza vai sofrer mudanças ao longo do tempo. agora tá bem fresquinho, acho que tá refletindo bem direitinho o que faço, como faço e porque faço, mas lógico que vou aprender coisas novas e jeitos novos de fazer. 😉
24 de novembro de 2014 at 23:48
Wow pequena! Comecei a “árdua” tarefa de preencher meu olho de touro e descobri que isso é simplesmente SENSACIONAL, porque no fundo no fundo, você sabe o o quê, como e porquê você faz as coisas, mas você não se permite olhar pra isso e desvendar após cada toque do despertador uma nova maneira de ensimesmar-se. 😀 Tá de parabéns pelo post, pelo TCC, pelos projetos, pelo empenho e pela trilha sonara também. Quero mais, ainda que tardia! 😉
25 de novembro de 2014 at 19:59
Oi Rafael!
Você está certo, muitas vezes sabemos intuitivamente. A gente chama isso de conhecimento tácito e conhecimento explícito: o tácito é aquele que você tem, mas nunca expressou, ao expressá-lo ele se torna explícito e só pelo fato de fazer isso, já gera mais conhecimento. 🙂
Pretendo ter muito mais do Ainda Que Tardia! Estou trabalhando pra isso, pode ter certeza!
26 de novembro de 2014 at 00:21
Mas Ana, “aprender e provocar mudanças” poderia ser o resultado de qqr um. Isso não define porque uma pessoa quer ser dentista e outra artista. Só diz o que todo mundo quando vai fazer qualquer coisa da sua vida espera. Porque, se n fosse por mudanças, se fosse para deixar como está, ninguém faria nada (a n ser robôs), e, se ninguém fosse aprender algo com o que faz, ficaria entediado, impaciente, frustrado e sem vontade de fazer. Entendo que a mudança q vc fala possa ser uma mudança maior, no status quo e tals, mas n se pode ter como o porquê da vida provocar mudanças na sociedade sem se importar com que mudança é essa.
Não apenas o porquê que vc pôs me parece óbvio, mas também os comos. Acho q uma boa forma de se fazer algo é vivenciando isso (isso só não é óbvio se vc tiver algum significado oculto para “vivenciando”, q só signifique algo a mais pra vc), da mesma forma que ler é a melhor e única forma de se aproveitar literatura.
As pessoas hj em dia realmente estão confusas sobre o sentido de suas vidas, como a gnt tem aprendido em filosofia e religião, mas esses esqueminhas me parecem simplificadores demais para essa tarefa de reencontrar tal sentido, que, como vc disse, é árdua. Eu mesma vivo me aventurando a fazer coisas do tipo, e cada vez mais chego à conclusão de que são insuficientes e não resolvem o problema.
26 de novembro de 2014 at 08:25
Oi Camila!
Uma coisa que aprendi trabalhando com mapas de Design Thiking é que eles são de propósito simplificantes. E sim, quem olha de fora só o resultado do que está escrito nele, sem entender o processo todo do que levou àquele resultado, parece óbvio ou simplista demais aquilo que está escrito nele. Em alguns casos é, era exatamente o que precisava ser. No meu caso, tem uma série de histórias pessoas, que remontam à minha infância, que fazem com que “aprender e gerar mudanças” seja algo muito mais forte do que parece a uma primeira leitura sem o repertório que eu construí pra chegar até ele. Pra mim, ele faz extremo sentido, principalmente quando conectado com o o que faço e como. No fim das contas, o que vale mesmo da construção do Golden Circle ou de qualquer outra ferramenta de DT é a riqueza da reflexão que ele causa, não o resultado final. E claro, não é preencher três círculos que vai mudar pra sempre minha vida, como falei com o Rafael, isso aí só tornou um conhecimento tácito em explícito e isso facilita um monte de coisa. Mas mudança é diferente de transformação, que é um processo muito mais complexo e profundo, que demora muitos anos pra acontecer. Minha proposta, ao compartilhar as ferramentas que uso, as coisas que faço e os resultados que vou chegando aqui no blog, é provocar as pessoas à reflexão. Quem sou eu pra dar respostas. Só estou provocando as pessoas a se perguntarem. 🙂
4 de dezembro de 2014 at 17:37
Que perfeito. Muitas vezes precisamos simplificar as coisas.
Creio que falta simplicidade para grandes realizações, nos enrolamos numa confusão interna que as vezes chega a machucar.
Adorei a postagem ❤
4 de dezembro de 2014 at 19:51
Que bom que gostou, Pedro! O objetivo de ferramentas de Design Thinking é exatamente esse, simplificar através de organizar visualmente o pensamento. 🙂